sexta-feira, 20 de março de 2009

Tolerância


Tolerância é continuar mesmo quando você é jogado contra uma parede muito dura. Um quadrado não pode pular, porque tem linhas retas, mas a bola pode porque é redonda e é geralmente leve. Seja de que tamanho for, ela pulará. Andar em linha reta é perder a implicação das coisas, é ser limitado e ditado pelo presente. Essa vida é só o que existe e com essa postura você mira os seus propósitos diretamente sem amplitude nem beleza. E os cantos do quadrado, as mudanças repentinas de direção, podem machucar as pessoas. Não se associa a bola com machucar, mas com jogar.
A tolerância vem de perceber que tudo é como um enigma, tudo funciona em círculos, e saber que o que é desconfortável logo mudará. Há movimento constante na tolerância, há flexibilidade, porque se está feliz com a mudança. O quadrado encontra sua posição, e isso é tudo. O tolerante pode se adaptar a qualquer situação e introduzir um elemento de diversão e humor. O humor pode vir de muitas coisas: da necessidade de superar a imperfeição, a mágoa ou o desespero, mas o humor da tolerância vem do otimismo.
Depois disso, temos de amar as pessoas não de maneira superficial, mas como seres que possuem um intricado padrão de experiências interiores, um talento singular em seus corações que na maioria das vezes está encoberto. Quando você começa a olhar nos olhos das pessoas e perceber como são raras, fazendo com que elas também encontrem sua raridade, então a tolerância torna-se fácil. É a expressão do seu respeito pela qualidade, por ter uma vida excepcional. Onde não há tolerância, tudo é comum, o que é uma pena. É como ficar à margem das coisas. Tolerar é aceitar o jogo e aproveitá-lo.

Retirado do livro Beleza Interior / Autora: Anthea Church / Editora Brahma Kumaris

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